Bem, vamos lá para outra polêmica. Está sempre na moda falar mal do Paulo Coelho. Até aí nenhuma novidade. Que é um dos escritores mais rentáveis do mundo - também não é novidade. O que pode ser novidade (e isto que vou falar não tem a menor base científica - não pesquisei) é que creio que o único lugar do mundo onde Paulo Coelho parece ser malhado e desprestigiado é aqui - coisa de brasileiro mesmo - passaram a falar mal do Santoro e da Alice Braga assim que fizeram sucesso - o próximo a levar porrada é o Wagner Moura. Mas estou pouco me lixando para a opinião dos outros - acho que as obras dele são boas de ler e tem mensagens muito legais. Ou seja, se Paulo Coelho vende em 66 línguas é porque o cara sabe escrever e se comunicar com as pessoas - e não estou falando que é um bom escritor ou que é original - leiam bem: SABE FALAR COM AS PESSOAS - eu queria ter esse dom mesmo que 3/4 do Brasil passasse a falar mal de mim (bem, minhas "críticas" nem sempre são bem recebidas...). Mas chega de lero-lero: O filme é bom, bom sim, mas somente bom. Os atores desempenham bem. O ator que faz Raul dá um show - perfeito! O filme é bem realizado, tecnicamente. Mas achei mais um amontoado de cenas da vida do Mago do que uma trajetória coerente que priorizasse o arco dramático. Ou seja, a estrutura do roteiro não me emocionou, parece que nada de espetacular acontece na vida dele - com exceção do lançamento do Alquimista. Mas, porque fiz um introdução tão grande? Para dizer que o melhor do filme são as citações das obras de Coelho que, de fato, mesmo que soem como auto-ajuda são importantes conselhos para quem quer ter sucesso - ou seja, reclame menos, trabalhe mais ("Deus não faz nada sozinho"), vá atrás dos seus sonhos, tenha fé na vitória e não alimente pensamentos negativos que o único a se machucar é você. Enfim - gosto de tudo que li de Coelho (em especial O Alquimista e A linda letra de Gitã) e o que tirei do filme foi o mesmo de suas obras - não importando a forma ou se ele diz fantasia ou ciência, as palavras norteadoras do sucesso estão em qualquer obra - é só se despir do preconceito e buscar o significado. Quem acredita em Deus (como eu) pode perceber que as mensagens Dele estão ali. Trabalhe e acredite e você conquista seus sonhos! Nota: 7,0
The Cacciari Connection
domingo, 17 de agosto de 2014
sábado, 5 de julho de 2014
ROLLERBALL - de Norman Jewison reflete a realidade atual após a lesão sofrida por Neymar. A vida imita a arte!
O Filme de hoje - e não poderia ser diferente - é ROLLERBALL
- de Norman Jewison (1975). Um filmaço que qustiona os excessos nos esportes -
num futuro próximo as corporações criam um tipo de esporte baseado na violência
onde a brutalidade é o principal atrativo - Um jogador ao se destacar começa a
ser perseguido e para eliminá-lo são cirados jogos sem penalidades e punições.
(ficção?????) Grande filme dos anos 70 que previa a prioridade por lucro das
corporações e a sede de violência do público. Fantasia? Ontem vimos que não!
Nas cenas abaixo - o resultado da brutalidade do jogo - um atleta lesado de
forma irrecuperável - mais uma vez a vida imita a arte!!!! Filmaço - nota 10,0
- e nota ZERO para nossa brutal realidade!
sexta-feira, 14 de março de 2014
VOZES INOCENTES: Drama pesado expõe ditadura em relato verídico de uma infância ausente.
Pesado, chocante,
brutal, violentíssimo, poético, belíssimo, melancólico, artístico,
denunciador....será que todos estes adjetivos podem coexistir em uma mesma
obra? A resposta é SIM! "Vozes Inocentes". Fortíssimo e deprimente
relato pelos olhos de uma criança de uma fase do período de guerra civil em
Salvador.
O filme é primorosamente realizado - o diretor mexicano Luis Mandoki
dirige com maestria e com belíssimas imagens este drama do menino Chava que tem
que viver com a mãe e os irmãos numa vila que fica no meio da guerra entre os
rebeldes e o exército - este sequestra crianças para torná-los militares e
criva o lugarejo de tiros todos os dias.
Em plena aula, missa, almoço,
janta...as balas perdidas não perdoam mulheres, crianças, inocentes...é uma
situação de desespero total - e em meio a esta loucura o pequeno protagonista
ainda arruma tempo para brincar com seu ônibus imaginário, namorar uma
amiguinha e escutar música no rádio para escapar da violenta realidade.
De
rolar lágrimas nos olhos a todo momento (em especial na última meia-hora que me
deixou arrasado) e com imagens lindíssimas e carregadas de significado
"Vozes Inocentes" é um espetáculo quase documental.
Depois de
observar este exemplo de extrema barbárie humana e extasiado com a eficiente
direção de Mandoki fui me informar sobre este mestre da narrativa e vi que ele
tem muitos títulos com os quais me deparei nas locadoras constamentemente e
nunca assisti - ou seja - é um exímio profissional com grande currículo!
Bem,
agora vou partir para ver outras obras deste espetacular cineasta - se forem
como "Vozes Inocentes" tenho muita coisa pela frente - é comprar
várias caixas de lenços de papel e secar as lágrimas vendo quão estpupida é a
humanidade mesmo com os herois que surgem para contestar o sistema. Nota 10,0!
WRONG: O obscuro diretor Quentin Dupieux perturba as ideias em filmaço com fotografia maravilhosa!
Assisti
"Wrong" esta semana. Quando chego numa locadora ou cinema ou zapeio
pela Tv e vejo algo que não entendo, minha primeira reação é de interesse.
Quando vi uma figura surrealista como na capa de "Wrong" já gostei
logo de cara. Tenho amor à primeira vista por surrealismo e coisas bizarras -
adoro os danos que causam na minha mente, fico apaixonado quando não entendo.
Loquei "Wrong" sem piscar e me preparei para assistir.
Adorei -
depois soube que o ótimo diretor Quentin Dupieux fez outra coisa que me chamou
a atenção - Rubber - a história de um Pneu assassino - pelo trailler creio que
é uma crítica ao racismo (Steve McQueen depois de "12 anos de escravidão"
deveria pegar aulas com Dupieux sobre como dirigir um filme de forma criativa -
sem chover no molhado).
Bem, "Wrong" é uma história bizarra de um
homem que perde seu cachorro e sua jornada é tratada com diálogos muito
estranhos, surrealismo, sarcasmo, crítica social e um personagem central muito,
mas muito perturbado, porém perto dos outros personagens o protagonista é um
primor de normalidade - seus amigos, vizinhos, colegas de trabalho, jardineiro,
um guru de auto-ajuda e até uma atendende de tele-marketing de uma pizaria são
todos muitíssimo mais loucos. Os fatos do roteiro são imprevisíveis e estranhos
e tudo isto é fotografado com primor!
Recomendo a quem é completamente louco e/ou quer - como eu - perturbar suas ideias, afinal, permitir que um alucinado como Dupieux entre na sua cabeça é abrir a porta para a insanidade e fazer isto pode ser tudo...menos errado! Nota 9,0!
domingo, 9 de março de 2014
CARRUAGENS DE FOGO: Hugh Hudson dirige com precisão e elegância uma História de determinação, fé e princípios.
Uma das coisas mais importantes para quem busca o conhecimento é a flexibilidade. Explico: é a capacidade de rever seus conceitos e não se deixar levar por preconceitos. Porque começo este comentário desta forma? Simples, assisti "Carruagens de Fogo" na época de seu lançamento e detestei! Porém, lá no fundo eu sempre soube que com 14 anos eu não tinha "maturidade" para assistir tal filme (outro filme que pretendo ver em breve é "Conduzindo Miss Daisy"). Bem, o tempo passou, aprendi muito sobre Cinema e acabo de Rever "Carruagens de Fogo" e minha opinião mudou - e muito!
O filme é de uma elegância fora do comum e trata das competições
olímpicas de maratona como reflexo das diferenças e preconceitos sociais nas
Universidades do Reino Unido. É uma história que tem a determinação dos
atletas, de seus princípios e da fá que os move às conquistas. O excelente
diretor Hugh Hudson (que mais tarde faria "Greystoke - a lenda de
Tarzan" - outro filme que pretendo rever) tinha nas mãos material para
carregar no sentimentalismo e produzir um "Rocky, um Lutador"
britânico - caso não fosse o homem culto e profundo conhecedor da alma humana
que é. Hudson diz ter tido ajuda do genial diretor Lindsey Anderson - que faz
um dos diretores da universidade no filme. E com certeza aprendeu muito, pois,
o que se vê na tela é um elenco espetacular liderado pelos dois jovens Ben
Cross e Ian Charleson.
Impecavelmente emocionante (sem ser piegas) e com
fotografia, direção de arte e figurinos de impressionar o filme é belíssimo e
mesmo com ritmo lento mantém a tensão até o fim! As cenas de corrida são
maravilhosas - a velocidade de frames - quase todas em câmara lenta - são
algumas das mais memoráveis em termos de registro de esportes no Cinema, e o
uso do som - silêncios antecipando as corridas e som de torcida logo após o
disparo do tiro, demonstrando a tensão e concentração dos atletas - conferem a
esta obra-prima um status superior. Cinema de adultos! Coisa de gente grande.
Enfim, mesmo sem qualquer apelação sentimentalista - apenas destacando a paixão
pelas corridas, pela disputa nos atletas e sua luta pela vida numa sociedade
conservadora e elitista, na qual os valores éticos são testados atá a medula -
me peguei emocionadíssimo no final. Claro que o responsável por muito disto é o
compositor de um dos temas musicais mais conhecidos e maravilhosos da História
do Cinema - o gênio Vangelis, cuja maestria é essencial para nos transportar ao
clima da época e fazer ressurgir a paixão no coração e a vontade de vencer!
"Carruagens de Fogo" é genial e, conforme citado na introdução,
lembra de homens com asas nos pés e com certeza leva o espectador a ter asas no
coração e até mesmo na alma! Maravilhoso! Nota 10,0!
sábado, 8 de março de 2014
Kick-Ass 2: Tudo que se espera de um filme de heróis com algo a mais - Chlöe Grace Moretz!
KICK-ASS 2: Gente Kick-Ass 2 é tudo
que se espera de um filme de heróis!
Quando Kick-Ass foi lançado o conceito era
impecável - pessoas comuns tentavam fazer sua vida ser melhor e ter um sentido.
Porém quando se observa a mediocridade que a humanidade está hoje é totalmente
compreensível que o fundamento para ser heroi ou vilão esteja na popularidade
no colégio ou no número de curtidas do perfil no facebook. Fato: as pessoas
estão cada vez mais superfciais - e isto se aplica a bandidos e mocinhos. E é
exatamente nesta realidade que surgem heróis de verdade - os impressionantes
Big-Daddy e Hit-girl - dupla admirada pelo incompetende e desajeitadão, mas com
muita vontade de vencer, Kick-Ass.
Mas afinal - isso é um comentário do
primeiro ou do segundo filme? De ambos! É impossivel se identificar com os
personagens que habitam este universo - uma espécie de vácuo entre o mundo real
e o mundo da fantasia - sem no mínimo conhecê-los . Pois bem, Kick-Ass 2 é mais
do mesmo. Lógico que não tem a mesma originalidade, nem a mesma visceralidade,
mas é uma diversão perfeita para um sábado à noite que vc precisou ficar em
casa respousando - exatamente o meu caso!
O filme é genial! As cenas de ação
são de babar (justiça seja feita - Cinema comercial como o Americano não existe)!
A seqûência da van perto do fim é impressionante! Cinemão! Excelente! E no meio
disto valores sociais são questionados (com pouca profundidade é verdade, mas
quem se importa?) como a debilidade e idiotice das patricinhas, a possibilidade
de comprar qualquer ser humano ("Meu superpoder é o dinheiro" -
hilário!!!) e a fragilidade da polícia numa sociedade feita de
supervilões-astros.
No meio disso tudo há Aaron Taylor-Johnson (muito bom -
ator que ainda fará algo de peso), Jim Carrey (quase irreconhecível) e uma das
melhores coisas que Hollywood tem hoje: Chlöe Grace Moretz - não tenho como
usar outra definição do que a que crítica Isabela Boscov utilizou: "Um
Arraso". Chlöe é perfeita! Carismática ao extremo e atriz que dá
credibilidade à Hit-Girl fazendo uma das heroinas mais críveis da história.
Realmente impressionante.
E o filme em geral? Muito bom, para cutir com o senso
crítico desligado e comendo um cheeseburger com guaraná, ou pipoca e coca-cola,
ou qualquer outa combinação que se quiser, afinal, como afirma o filme, o que
interessa é, de fato, descobrirmos quem somos! Muito Bom! Nota 8,5!
sábado, 1 de março de 2014
"Os Esquecidos" e "Camelos Também Choram" em dois filmes diametralmente opostos a sociedade é questionada na forma como trata os animais e os semlhantes.
Gente - acredito ne Destino sim! Pelo
menos creio que (como o Mar, o Universo de vez em quando faz ondas coincidirem
e/ou convergirem). Por que estou dizendo isso? Acho que é a primeira vez por
aqui que comento dois filmes no mesmo espaço, mas, parece que as forças do
Destino me fizeram assistir a essas duas obras-primas no mesmo dia e seguidas
uma da outra. E as escolhi aleatoriamente na biblioteca da UNISUL.
Os dois filmes
têm núcleo similar - abordam a sociedade - mas de dois pontos de vista
diametralmente opostos. Vamos aos filmes. Os Esquecidos é o retrato de uma
sociedade desestruturada, famílias separadas, crianças abandonadas,
assassinatos a troco de nada, maus-tratos a velhos e a deficientes. A maldade
impera neste libelo do mestre Buñuel. A sociedade mexicana retratada está na
miséria, pobreza e a única esperança de brotar o bem se encontra sufocada pelo
meio em que vive. Até os animais são vítimas da frustração dos humanos que
chegam ao extremo de pais terem ódio dos filhos.
Filme muito forte e pesado -
de trazer mal-estar profundo em quem se comove de ver crueldade (que é o meu
caso). A crítica do mestre espanhol é afiada e o filme apesar de seu conteúdo é
espetacular.
Espetacular também é Camelos Também Choram - porém aqui a
abordagem é outra - e exatamente pelo oposto em que se encontram os filmes
parecem antagônicos. Neste excelente documentário a comunidade (a história se
passa na Mongólia) mostrada é perfeitamente equilibrada, as crianças são bem
tratadas (mesmo em alguns momentos que sejam amarradas pela cintura, mas o
filme deixa claro que os pais o fazem por preocupação e não punição). A aldeia demonstra religiosidade, e, acima de
tudo respeito e amor pelas animais que os cercam.
Nesta sociedade ideal uma mãe
camelo tende a abandonar o filhote o que causa uma revolução em todos que tudo
fazem para que esta desarmonia social deja corrigida. E as técnicas são de uma
beleza comovente. Falar mais é revelar o que o filme tem de mais belo. Totalmente
oposto ao universo caótico de Buñuel o filme é um hino de Amor (não há sequer
uma cena em que uma criança nem animal sofra punição ou maus tratos) aos
semelhantes e à todas as criaturas vivas no planeta. Lindo mesmo - a cena em
que a mãe põe a criança para dormir enquanto canta é de deixar qualquer um com
grande quantidade de Amor no coração. Os afagos que os personagens fazem nos
animais...tudo é lindo neste filme.
Estabelecendo um paralelo entre os filmes
chego à conclusao de que a "cura" da nossa sociedade atual é ter amor
pelas crianças, ensinar para as novas gerações
o respeito e o amor aos animais e abdicar um pouco do luxo, voltando a
nos considerarmos uma grande família. Deixar na mão do Estado esta função não deu certo. O segredo está em casa, na terra, na água, nas plantas, nos animais
e, principalmente no trato com o semelhante. Ambos os filmes ganham nota 10,0!
Filmes como estes são uma das razões pelas quais amo tanto a Arte de fazer
Cinema! Esta é nossa função social como criadores! E que a humanidade evolua.
Espero que o Destino queira assim!
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